ORIXÀS
Orixás na umbanda
Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zamby (dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas).
Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, ARUANDA, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá).
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí ou Camatuê (Cabeça) desses filhos.
Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...). O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos de grande força espiritual ,de grande Luz, que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá.
Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
Existem casos (talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas ... Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. Porém, o que está se manifestando alí (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.
Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?
É simples. Os Falangeiros dos Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas de Umbanda com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).
Em algumas correntes Umbandistas ditas sincréticas há a associações entre Oxalá e Jesus Cristo, entre Santo Antônio e Exu, entre Santa Bárbara e Iansão, entre São Jorge e Ogum ... E isso acabaou virando "uma simbiose Espiritual, uma apropriação simbólica", em que a imagem do Santo Católico apenas representa um Orixá, mas não é o Orixá; é apenas um símbolo, uma referência material e a apropriação da data de comemoração do Santo para se louvar o Orixá. Entendendo assim, que não se "baixa" São Jorge em umo terreiro, não se baixa Santa Bárbara, mas sim, o Orixá, que é representado com a imagem do Santo.
O Sincretismo na Umbanda remonta ao tempo da escravatura no Brasil.
Os negros escravos queriam manter suas raízes religiosas, seus costumes e tradições, porém eram cerceados em suas intenções, pelos Senhores que não viam com bons olhos, todo e qualquer movimento tradicional e religioso em suas senzalas, punindo inclusive seus escravos com açoites, grilhões e outros artifícios para desencorajá-los das práticas de seus rituais recebidos de seus ancestrais nas terras de África de onde tinham sido aprisionados por grupos escravistas, encerrados em porões de navios, em péssimas condições, como era normal naquela época e vendidos como escravos, aqui no Brasil.
Foi quando surgiu nestas paragens a Cia. de Jesus (jesuítas) comandados por Padre Manoel da Nóbrega, tendo entre seus integrantes o Padre José de Anchieta e outros mais, que aqui vieram com o intuito de evangelizar os negros e índios escravos.
Por sugestão dos Jesuítas, os escravos optaram por colocar em seus Pegís, imagens e ícones católicos, com o fito de que os Senhores parassem com os castigos desnecessários. Como os ditos escravos pertenciam a várias tribos com rituais diferentes, começaram a surgir Pegís das diversas facções ou tribos originando assim uma gama extensa de sincretismo religioso.
Os mais empregados até hoje em determinados terreiros de Umbanda são os seguintes:
Orixá |
Sincretizado Como: |
Comemoração |
Exu* |
Santo Antônio |
13 de Junho
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Iansã |
Santa Barbara, Sta.Luzia, |
4 de Dezembro |
Iemanjá |
Nossa Senhora dos navegantes Nossa se |
02 de Fevereiro |
Nanã |
Nossa Senhora de Sant'Anna |
26 de Julho |
Oba |
Joana d'Arc |
30 de Maio |
Obaluayê |
São Roque |
16 de Agosto |
São Jorge |
23 de Abril |
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Oxalá Oxaguian |
Jesus Cristo Menino Jesus de praga |
25 de Dezembro |
Omulu |
São Lázaro |
17 de Dezembro |
Oxossi |
São Sebastião |
20 de Janeiro |
Oxum |
Nossa Senhora da Conceição |
8 de deDezembro |
Oxumaré |
São Bartolomeu |
24 de Agosto |
Xangô Ibeje |
São Jerônimo Cosme e Damião
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30 de Setembro 26 de Setembro
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DIAS DOS ORIXÁS:
SEGUNDA – FEIRA - Exu, Pomba Gira, Obaliuaie, Omulu, Pretos Velhos (Iorumá) e almas aflitas
TERÇA – FEIRA - Ogum, Boiadeiros e Baianos
QUARTA – FEIRA - Xangô e Iansâ
QUINTA – FEIRA - Oxossi, Caboclos e Caboclas
SEXTA – FEIRA - Oxalá, Almas Santas e Linha da Oriente liderada por São João Batista
SÁBADO - Iemanjá, Oxum, Nanã Buruke, Ondinas, Sereias, Caboclas, Iaras e Marinheiros
DOMINGO - Iori (Cosme e Damião), Crianças e Ibejadas
SAUDAÇÕES
Saravá Oxalá * Oxalá Meu Pai